quinta-feira, 3 de março de 2022

Racismo estadunidense

Olá, Visitantes.

A imagem ao lado é, para mim, a mais emblemática da História da Olimpíada de Berlim de 1936: a expressão de altivez, orgulho e honra do alemão Lutz Long descendo do pódio de braços dados ao mito Jesse Owens, após receber sua medalha de prata que valeu ouro (Afinal, ele fora derrotado - e com sua própria ajuda - por um dos invencíveis da História).

O que pouco (ou nada) é mostrado é o "Antes das provas", quando Owens e Long se mostravam inseparáveis, relaxados, sorridentes, posando alegres para as fotos como essa abaixo e também que o alemão ensinou o estadunidense a calibrar seus saltos durante a competição, fator determinante para sua derrota, mas que não o abalou. Ele foi assassinado no Massacre de Biscari, na Itália, em 1943, um dos crimes de guerra dos Aliados. (a história oficial agora quer afirmar que Long era contra o regime de Hitler)

Owens declarou: "Você pode derreter todas as medalhas e troféus que possuo e isto não seria um revestimento suficiente para a amizade de 24 quilates que eu sentia por Lutz Long naquele momento.

Inquebrantável amizade
Também não é mostrado o "Após as provas". Assisti a um vídeo no especial do "Sportv Repórter" sobre o centenário de nascimento de Owens (“Rompendo barreiras”, se não me engano) mostrando os dois descendo do pódio abraçados e sorridentes (a foto mais acima é um fotograma desse vídeo). Assim como omitem a adoração do povo "racista" alemão que se aglomerava às centenas diariamente para ganhar um autógrafo do mito negro. Também não falam que o governo alemão proporcionou a ele e outros atletas estadunidenses uma apresentação na cidade de Colônia. Muito menos dizem que foi o presidente da delegação estadunidense que suspendeu o "rebelde" Owens, proibindo-o de competir, deixando-o ao "Deus-dará" nos EUA. Só é propalado constantemente que ele é considerado "a maior afronta esportiva da História" ao fazer Hitler abandonar o estádio olímpico furioso por um "ser inferior" ter derrotado seus "super homens arianos".

Daí, aparece aquela "testemunha chata e inoportuna" para sacanear o "conto-de-fadas" montado e protegido com tanto zelo. O repórter chamado Siegfried Mischner afirmou que Owens carregava em sua carteira uma foto de Hitler tirada algumas horas depois cumprimentando-o, fato que fora registrado por vários colegas repórteres. Quando lhe mostrou a fotografia, Owens teria lhe dito: "Este foi um dos meus momentos mais bonitos." Mas a história "ofalsial" despreza olimpicamente (trocadilho proposital) isso.

Owens repetiu várias vezes a Mischner que não fora esnobado por Hitler. Pelo presidente Roosevelt, sim e várias vezes. E disse mais tarde que ele foi tratado melhor na Alemanha do que na América, onde os negros continuaram a enfrentar segregação, humilhações e real desprezo. Demorou décadas para ele poder lucrar um pouco com sua imagem.

"Owens estava decepcionado", disse Mischner. "Ele balançava a cabeça em desaprovação. A imprensa era muito obediente. Todos os meus colegas estão mortos, Owens está morto. Eu pensei que esta era a última chance de fazer a coisa certa. Mas não tenho nenhuma ideia de onde a foto está ou mesmo se ela existe ainda."

Louis e seu grande amigo Schmeling
Paralela a essa história, existe outra muito semelhante: a do estadunidense Joe Louis contra o alemão Max Schmeling na mesma década de 30. Louis, o "Bombardeiro Negro", era o campeão invicto de boxe dos pesados e foi desafiado por Schmeling, o "Ulano do Reno". Louis foi "amassado" a luta inteira, mas só nocauteado no 12º round. Dois anos depois, recuperou o título de forma contundente, nocauteando Schmeling no 1º round. As propagandas estadunidenses fizeram com Louis o mesmo que fizeram com Owens: "um herói, dito 'de raça inferior', que humilhou a 'crença de superioridade ariana' de Hitler", etc, tentando propagandear que, na "América Livre", a segregação era mito e que qualquer pessoa de qualquer raça ou nível social podia vencer na vida.

Mas, na prática, o racismo na América suplantou tudo e outro ícone negro do esporte foi massacrado pelo preconceito e desprezo em seu dia a dia (também sofreram isso o atleta índio Jim Thorpe e Muhammad Ali), passando seus últimos 30 anos de vida em condições precárias. Seu melhor e mais fiel amigo foi justamente... Schmeling, que lhe enviou dinheiro sempre que possível e que pagou seu funeral. Novamente, os ditos "racistas" demonstrando respeito, consideração e amizade a "raças inferiores". Já na "Terra das Liberdades",...!
Fabian.

"Joe Louis e eu fomos os primeiros ícones do moderno esporte nacional que eram negros.
Mas nenhum de nós poderia fazer publicidade nacional porque o sul não compraria.
Este era o estigma social sob o qual vivíamos."

Em tempo: quem encontrar este fantástico livro, sinta-se um privilegiado:
As histórias que o status quo não quer que se conte.

2 comentários:

  1. Alemanha 89 medalhas, Estados Unidos 56 medalhas! Os podres ianques levaram um bom chute "nazista" na bunda, e por isso falam em Jesse Owens, escondendo assim o seu fracasso total!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Somando os 3 (eua, inglaterra e frança), ficam abaixo da performance alemã.

      Excluir